ATA DA CENTÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 22-10-2012.
Aos vinte e dois dias do mês de outubro do ano de
dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte,
Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib,
Luciano Marcantônio, João Carlos Nedel, José Freitas, Luiz Braz, Maria Celeste,
Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta, Sofia
Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Constatada a existência de
quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Dr. Goulart, Elias
Vidal, Idenir Cecchim, Márcio Bins Ely, Nelcir Tessaro e Valter Nagelstein.
Após, foi apregoado o Ofício nº 0851/12, do senhor Prefeito, solicitando o
desarquivamento do Projeto de Lei do Executivo nº 053/11 (Processo nº 3915/11).
Em prosseguimento, foi apregoado o Memorando nº 041/12, da Comissão de Saúde e
Meio Ambiente, solicitando autorização para o vereador Beto Moesch representar
externamente este Legislativo, do dia dezoito ao dia vinte e um de outubro do
corrente, no 1º Fórum Itinerante de Resíduos Sólidos do Rio Grande do Sul, na
Federação das Indústrias do Estado Rio Grande do Sul – FIERGS –, em Porto
Alegre. Também, foi apregoado Requerimento de autoria da vereadora Sofia
Cavedon (Processo nº 2243/12), deferido pelo senhor Presidente, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo, do dia dezessete ao
dia vinte de outubro do corrente, em visitas de estudos integrantes do Projeto
Ceibal, em Montevidéu, Uruguai. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos no dia dezessete de setembro
do corrente. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Octogésima
Nona, Nonagésima e Nonagésima Primeira Sessões Ordinárias e da Décima Oitava
Sessão Extraordinária. A seguir, o senhor Presidente registrou as presenças,
neste Plenário, dos senhores Gilson Beltrão e Andrew Lemos Pacheco e da senhora
Maria Rita Lemos, respectivamente Coordenador do Comitê das Entidades de Classe
da Odontologia, Presidente do Sindicato dos Odontologistas no Estado do Rio
Grande do Sul e representante do Conselho Regional de Odontologia, convidando-os
a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR,
ao senhor Gilson Beltrão, que discorreu sobre a 11ª Semana Estadual de Promoção
da Saúde Bucal e a 2ª Semana Municipal de Saúde Bucal, iniciadas no dia de
ontem. Na oportunidade, foi entregue, ao senhor Presidente, documento relativo
aos serviços desenvolvidos pelos profissionais de odontologia em Porto Alegre.
Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Mario
Manfro, Sofia Cavedon, Bernardino Vendruscolo, Dr. Thiago Duarte e Fernanda
Melchionna manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular.
Às quatorze
horas e trinta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e trinta e um minutos. Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciaram-se os vereadores Idenir Cecchim e João Antonio Dib. Na ocasião,
foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do vereador Tarciso Flecha Negra,
Líder da Bancada do PSD, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 060/12 (Processo nº
1865/12). Em seguida, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento,
o senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL à vereadora Sofia Cavedon, que
relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, do dia
dezessete ao dia vinte de outubro do corrente, em visitas de estudos
integrantes do Projeto Ceibal, em Montevidéu, Uruguai. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Adeli Sell. Às quinze horas e vinte e seis minutos,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão
Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução nos 037,
018 e 020 e o Projeto de Lei do Executivo nº 031/12 (Processos nos
1900, 1032, 1043 e 1633/12, respectivamente). Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 029/12 (Processo nº 1470/12), após
ser discutido pela vereadora Sofia Cavedon e pelo vereador João Antonio Dib. Às
quinze horas e trinta e oito minutos, a senhora Presidenta declarou encerrada a
Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Carlos Todeschini
e Dr. Goulart, este em tempo cedido pelo vereador DJ Cassiá. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciou-se o vereador Engenheiro Comassetto. Em PAUTA ESPECIAL,
Discussão Preliminar, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº
043/12, discutido pelos vereadores Bernardino Vendruscolo, João Antonio Dib,
Sofia Cavedon, Engenheiro Comassetto e Carlos Todeschini. Durante a Sessão, foram
registradas as presenças, neste Plenário, da senhora Jussara Cony, eleita vereadora em Porto
Alegre para a próxima Legislatura, e de alunos e das professoras Cremilda
Pereira, Edelvira Aída da Silva Moreira, Katchia Coronel Langer e Maria Helena
Jardim, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Leocádia Felizardo Prestes,
em visita orientada integrante do Projeto de Educação Política desenvolvido
pela Seção de Memorial deste Legislativo. Às dezesseis horas e
quarenta minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à
hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Mauro Zacher,
Fernanda Melchionna e Carlos Todeschini e secretariados pelo vereador Carlos
Todeschini. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada,
será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Havendo quórum, passamos à
A Tribuna Popular de hoje tratará do assunto
relativo à 11ª Semana Estadual de Promoção da Saúde Bucal e à 2ª Semana
Municipal da Saúde Bucal, com a presença da Dra. Maria Rita Lemos,
representando o Conselho Regional de Odontologia, e do Dr. Andrew Lemos
Pacheco, Presidente do Sindicato dos Odontologistas no Estado do Rio Grande do
Sul – SOERGS.
O Sr. Gilson Beltrão,
Coordenador do Comitê das Entidades Odontológicas, está com a
palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. GILSON
BELTRÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, demais autoridades,
colegas e amigos aqui presentes, como diz um velho jargão popular: “Olha, nós
aqui outra vez!” Desta vez, de uma forma diferente, porque, neste ano que
passou, algumas de nossas solicitações, de certa forma, foram atendidas ou
estão a caminho de serem atendidas. Sabemos que ainda temos que construir muito
em prol da saúde bucal do nosso povo.
As intensas necessidades que se avolumam nos
gabinetes dos nossos administradores de saúde bucal são passíveis de serem
resolvidas, basta ter vontade política. E essa é uma das grandes virtudes dos
Srs. Vereadores: vontade política.
Urge que o Município produza meios necessários para
que isso aconteça, principalmente aqueles que estão
hoje no poder. O CECO, o qual eu coordeno, ficará muito irmanado se isso
ocorrer. Precisamos entregar aos nossos munícipes uma Odontologia, como bem
disse o SOERGS ontem, de qualidade. E assim, talvez, consigamos, de certa
forma, estagnar a presença das nossas “trambiclínicas”, que estão se
locupletando pela ausência, em parte do Estado e do Município, no cuidado com a
saúde bucal.
Portanto, Srs.
Vereadores, quando este projeto de lei aqui chegar, no sentido de melhorar as
condições da saúde bucal do nosso povo, gostaríamos que os senhores tivessem um
pouco mais de atenção. Outro fator importante, pelo qual a nossa classe vem
lutando, refere-se à aprovação da aposentadoria os 25 anos, do ponto de vista
da insalubridade. Esse fato, de certa forma, em parte já foi decidido pela
própria Justiça, mas não foi reconhecido dignamente pela Prefeitura. Como
funcionário que sou, estabelecido no HPS, testemunho aos senhores que 25 anos
numa área insalubre é o máximo que nós, seres humanos, que trabalhamos na área
da Saúde, podemos suportar. Fora isso, a assistência pode ficar comprometida.
Ainda buscamos, na luta, para que a ANS consiga nos auxiliar, assumindo um
papel de certa forma legítimo no sentido de regular melhor os relacionamentos
entre a nossa população, os profissionais e os próprios convênios. Precisamos
ser regulamentados para que as defasagens dos atendimentos e dos nossos
honorários não nos causem, de certa fora, perplexidade. Depois de várias
reuniões com a ANS, nós conseguimos, de certa forma, encaminhar algumas coisas,
mas precisamos de novo daquilo que é fundamental, que é o apoio político.
O mesmo texto
encaminhado para a ANS também foi encaminhado para o CFO para que auxiliem
nessa luta.
E, para terminar, eu diria aos Srs. Vereadores e ao
nosso querido Presidente desta Casa que a Odontologia deu o seu apoio à atual
Administração. Dentro dos 60% que o nosso Prefeito recebeu, estão embutidos os
votos da Odontologia, bem como a capacidade que nós, cirurgiões dentistas,
tivemos, pelo fato de sermos formadores de opinião, de incutir nos munícipes a
ideia de que votassem na situação atual.
Portanto, eu gostaria de solicitar ao PDT e ao meu caro
Prefeito Fortunati que suas promessas, quando da reunião que realizamos no CRO,
fossem cumpridas. Eram essas as minhas palavras. Muito obrigado e uma boa
tarde. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Muito obrigado ao Coordenador do Comitê das
Entidades Odontológicas, Dr. Gilson Beltrão. Convido o Ver. Mario Manfro para
acompanhar a entrega de um documento da entidade, pelo Dr. Gilson Beltrão, pelo
Presidente do SOERGS e pela representante do Conselho Regional de Odontologia.
(Procede-se à entrega de documento.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Mario Manfro está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MARIO MANFRO: Sr. Presidente, ao
cumprimentar o meu colega Gilson Beltrão, cumprimento todos os dirigentes
classistas que aqui se encontram, os municipários presentes, todos os colegas
Vereadores e todos os colegas cirurgiões-dentistas. O Dr. Gilson Beltrão
iniciou sua fala dizendo: “Olha, nós aqui outra vez”. Que bom, Gilson, que bom
que as demandas da Odontologia estão tendo voz, estão vindo até a Câmara
Municipal, estão, realmente, tendo a atenção do Poder Legislativo e do Poder
Executivo, porque é inegável que nós viemos gradativamente avançando, temos
muito ainda a fazer e a avançar. Esperamos muito que esse projeto de lei venha
ao Legislativo, aos Vereadores, projeto que permite a regulamentação e a
abertura de concurso público para cirurgião-dentista especialista. Isso é o
início de uma caminhada para que os cirurgiões-dentistas sejam tratados de
forma igualitária, como por exemplo, os profissionais médicos.
Então, é com muita satisfação que vejo a
Odontologia aqui novamente, e quero parabenizar todos nós pela 2ª Semana
Municipal de Saúde Bucal e 11ª Semana Estadual de Promoção da Saúde Bucal.
Parabéns a todos e vamos seguir nessa luta. Tenho certeza que só assim nós
iremos avançar. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver. Mario Manfro. A Ver.ª Sofia Cavedon
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, queria cumprimentar, na pessoa do Dr. Gilson, a
representação aqui do Sindicato dos Odontologistas. Vocês aqui de novo, e eu
também. Faço o registro, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, de
que nós acreditamos ser fundamental esse profissional, especialmente nas
equipes de Saúde da Família, na rede de Atenção Básica na cidade de Porto
Alegre. Não há mais como aceitar que crianças, adolescentes e adultos tenham
problemas dentários. Estamos numa outra geração, num outro momento, com muita
tecnologia, com prevenção na água, mas a presença de vocês, seja para o tema de
saúde bucal mesmo, seja para a prevenção dos problemas da fala ou para a
melhoria nas questões da fala, seja para a identificação dos problemas
vinculados à rinite, às deformações, há “n” problemas que atingem a criança e o
adolescente no seu desenvolvimento. Sabemos das reivindicações específicas da
classe e as estamos apoiando, porque o seu trabalho qualifica, dá qualidade de vida.
Reconhecemos que o trabalho é penoso, reconhecemos que não é fácil escolher
essa profissão, pois ela exige muita concentração, o trabalho é complexo,
delicado, mas fundamental para a nossa saúde. Parabéns pela sua luta! Contem
com a Bancada do Partido dos Trabalhadores para que ela tenha sucesso.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver.ª Sofia. O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, falo em nome da Bancada do PSD –
deste Vereador, do Ver. Tessaro e do Ver. Tarciso –, e quero cumprimentar o Dr.
Andrew, o Dr. Gilson, a Dra. Maria Rita e todos os demais que aqui representam
a classe dos odontólogos. Um cumprimento especial ao nosso colega Ver. Mario
Manfro, que, como dentista, bem os representa aqui nesta Casa.
Sou um dos defensores de que esta Casa precisa ter
representantes de classe, porque são eles que nos trazem as informações, as
necessidades e os problemas das classes trabalhadoras de todos os
profissionais. Então, Mario Manfro, receba os nossos cumprimentos: parabéns
pelo seu trabalho aqui nesta Casa em defesa dos seus colegas e da classe dos
odontólogos! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente do Sindicato, ilustres colegas
odontólogos, pessoal que nos abrilhanta com sua presença nas galerias. Sem
dúvida nenhuma – tenho dialogado muito com o Mario nesse sentido – é importante
que se avance, de forma expressiva, no que se refere à atenção odontológica em
Porto Alegre, e não só com a criação de CEOs – Centros de Especialidades
Odontológicas –, mas, principalmente, com a melhoria de atendimento na Atenção
Básica, o atendimento primário. Ampliar as equipes odontológicas é fundamental,
e isso tem que ocorrer nesta Gestão. Quero dar os parabéns para vocês, que são
lutadores nessa área, parabéns para vocês, que estão sempre presentes nas
reuniões da Comissão de Saúde e Meio Ambiente – que presidíamos no ano passado
–, e sempre com o objetivo profundo de construir alternativas. Então quero
estender aos colegas odontólogos. Eu vim, agora, da Unidade de Saúde da
Restinga, estava lá conversando com a Vanderleia, com o Alessandro Trombin e
colocando essa que é a grande necessidade, porque, sem dúvida nenhuma, entendo
que, como médico, a saúde inicia pela boca. Parabéns e contem com nosso apoio.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver. Fernanda Melchionna está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNNA: Gostaria de cumprimentar, na figura do Dr. Gilson
Beltrão, toda a categoria dos odontologistas, dos colegas municipários que nos
acompanham, trazendo a saudação do PSOL, do Ver. Pedro Ruas e minha, para essas
reivindicações muito importantes que a categoria tem colocado, não só agora,
mas no decorrer desses anos, lutando pela ampliação do atendimento da saúde bucal
na cidade de Porto Alegre, lutando por justas reivindicações com relação à
classe profissional. Nós temos a certeza da necessidade de ampliação imediata
do número de dentistas na nossa Cidade, para que se possa atender, com mais
qualidade, à população, ainda mais com grandes faculdades de odontologia que
temos no nosso Estado e no nosso País.
Em segundo lugar, comento a conquista que vocês
trouxeram à Comissão de Saúde e Meio Ambiente, relacionada ao concurso para
Cirurgião-Dentista Especialista, que é uma das bandeiras de luta da categoria.
Em terceiro lugar, queremos reiterar nossa posição
favorável à aposentadoria após 25 anos de contribuição, o que, aliás, tem de
ser uma regra para todos os profissionais da área da Saúde, como bem falou o
Dr. Gilson sobre a questão da saúde do profissional que está lutando,
diariamente, com questões de prevenção, e, às vezes, situações muito graves.
Então, também queremos deixar registrado nosso apoio a essas reivindicações.
Contem com o PSOL para essas lutas. Parabéns pelo trabalho de vocês.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver.ª Fernanda. Agradecemos a presença
do Dr. Gilson Beltrão, Coordenador do Comitê das
Entidades Odontológicas; do
Dr. Andrews Lemos Pacheco, Presidente do Sindicato
dos Odontologistas no Estado do Rio Grande do Sul – SOERGS e da Dr. Maria Rita
Lemos, representando o Conselho Regional de Odontologia.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h30min.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 14h31min): Estão
reabertos os trabalhos. Passamos ao
O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, um Grande
Expediente, logo depois de uma eleição, serve para algumas reflexões e vou
tentar fazê-las aqui. Em primeiro lugar, como está chegando o final do ano, e
eu nunca havia feito isso antes aos meus colegas, com os quais, às vezes, tive
algumas discussões acaloradas, eu quero dizer que, nesses 2 anos em que tive
essa convivência aqui, estou tendo a convivência, foram magníficos. Aprendi,
observei atitudes de homens públicos, atitudes de homens que querem ajudar a
cidade de Porto Alegre, ajudar o nosso Município, ajudar a administrar, mesmo
na crítica dura da oposição, muitas vezes, do ponto de vista da situação,
injustificável, mas, lógico, dentro da competência, dentro da
representatividade que tem o Vereador de qualquer Partido para fazê-lo.
Nesses últimos
4 anos, eu tive a oportunidade de continuar, na primeira parte do mandato, lá
na Secretaria de Indústria e Comércio do Município, um trabalho que havia feito
no primeiro mandato do Prefeito Fogaça, e concluir com a inauguração do
Camelódromo, que foi um marco importante nesta Administração.
Mas o que eu quero
falar hoje é das expectativas e das perspectivas que temos para os 4 anos
vindouros. A cidade de Porto Alegre elegeu um Prefeito dinâmico, um Prefeito
que vai para o embate, um Prefeito que se mostra para a Cidade, não só porque é
corajoso, é porque ele é assim, o Prefeito José Fortunati é um homem de coragem,
forjado na luta desde a luta sindical, ocupou muitos cargos importantes no
Município, foi Vereador desta Casa, foi Presidente, foi Secretário de Educação
do Estado do Rio Grande do Sul, uma missão importantíssima, principalmente, de
José Fortunati que pertence ao PDT, um Partido que tem como principal bandeira
a Educação. Aí eu tenho certeza de que nós vamos ter muitas e acaloradas
discussões aqui nesta Casa, e grande parte delas deverá acontecer em cima de
obras e realizações que temos pela frente nos próximos anos. Nós falamos muito
em Copa do Mundo. É importante a Copa do Mundo, ela nos alerta para a
modernidade que temos nos países pelo mundo afora. Nós precisamos trazer para
Porto Alegre isso e vamos fazer isso. A Copa do Mundo serve de gancho para
muitas outras obras que não são da Copa, mas que bom que, em função da Copa,
estejamos lutando por elas. Muitas dessas obras parecem menos importantes para
os bairros mais distantes do Centro, mas elas são importantes para cidade de
Porto Alegre. Eu não concordo com aqueles que dizem: “Menos Copa, mais
saneamento; menos Copa, mais educação; menos Copa”. Não, ambas têm que existir.
A Copa que sirva de vetor para trazer a modernidade para a Cidade.
A Vila Tronco, Ver. Adeli Sell, teoricamente não
tem nada a ver com a Copa do Mundo. Poderia ser realizada a Copa do Mundo sem
fazer a Vila Tronco. Eu acho que nenhuma delegação vai passar por ali. Mas é
importante, e V. Exa. lutou lá, pena que muitos não entenderam a sua luta,
lamentavelmente, eu diria, mas a Vila Tronco vai ajudar muitas pessoas que,
teoricamente, não teriam nada a ver com a Copa do Mundo, e é provável que não
tenham a ver, mas a vida dessas pessoas tem a ver com a cidade de Porto Alegre
e com as iniciativas do Poder Público Municipal. Nós vamos fazer que essas
iniciativas aconteçam, vamos ajudar, tenho certeza: a situação, a oposição, os
independentes; todos nós queremos que Porto Alegre, depois da Copa, seja outra
Porto Alegre, em função das coisas que se realizam para receber as pessoas de
fora. Mas que fiquem essas coisas para tratarmos bem dos nossos cidadãos de
Porto Alegre, do Rio Grande e do Brasil.
Porto Alegre precisa e vai ficar melhor para viver
e para receber as pessoas de fora. Porto Alegre tem, na sua vocação, a
qualidade primeira, talvez, de receber bem. Todas as pessoas que conhecemos,
que vêm de fora, e passam por Porto Alegre alguns dias, saem maravilhadas com o
povo de Porto Alegre. As pessoas da nossa Cidade é que são bem tratadas. O Ver.
Bernardino Vendruscolo, por exemplo, está sempre preocupado em querer mostrar a
tradição do Rio Grande para aqueles de fora e para os daqui de Porto Alegre.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Obrigado, Ver. Cecchim. Por falar em tradição, nos ajude a preservar o
Grêmio Gaúcho. São 114 anos de história! Nos ajude a tentar fazer com que se
mantenha aquele Projeto de João Cezimbra Jacques, de 1898. Nos ajude.
Mas eu gostaria de lhe cumprimentar, porque, pela
sua conversa, sinaliza que vai nos deixar. Bom, o senhor é um colega Vereador
querido por todos nós, mas se o Prefeito lhe requisitar, que vá para uma
Secretaria, que possa mostrar a sua capacidade. E V. Exa. não é daqueles
Secretários ricos - nós vimos que alguns Secretários são muito ricos, pois,
durante a campanha, eles sinalizaram com isso -, Vossa Excelência é daqueles
como nós, fez uma campanha modesta, e tal. Mais do que isso nós não podemos
falar. Mas precisamos manter vivo o que aconteceu nessa última campanha.
Lamentavelmente, alguns Secretários mostraram muito poder econômico. E o
Prefeito José Fortunati, ao lhes chamar para uma Secretaria - pelo que vejo vai
acontecer, pela sua conversa, vai acontecer -, com certeza estará observando o
que toda a sociedade observou durante essa campanha. Parabéns, Cecchim,
parabéns mesmo, V. Exa. merece e é capaz.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Obrigado. Eu aceito o primeiro pedido de ajudar a preservar alguma
coisa da nossa história e, ao mesmo tempo, continuar dizendo que o nosso Epahc
e o nosso EFAN, continuam misturando coisa velha com coisa histórica. São
coisas diferentes. A Cidade está trancada em muitos lugares pela confusão que
fazem de coisa velha com coisa histórica; então, nessa parte, V. Exa. pode
contar comigo.
Quanto à segunda parte, quero dizer a V. Exa., que
foi meu colega de Partido quase por quatros anos, e continua meu colega -
competente Ver. Bernardino -, que não é conversa. Se eu tivesse sido convidado
para alguma coisa, certamente eu não faria esse tipo de discurso parecendo ser.
Também não sou um quero-quero, cantando em um lado e cuidando dos ovos lá do
outro lado da invernada. Eu quero dizer que estou aqui como Vereador,
satisfeito, reeleito por mais um mandato, com a mesma quantidade de votos que
eu fiz na eleição anterior há quatro anos, e isso me deixou muito feliz. As
urnas me mostraram que nós temos nesta Cidade uma votação que considero
densamente importante, com votos em muitas urnas da Cidade. Também quero dizer
que não é o momento de ninguém se apresentar nem como candidato e muito menos
como candidato à vaga de Secretário. Essa não é a missão dos futuros
Secretários, cada um que cuide do seu “ninho”. Eu estou cuidando do meu mandato
na Câmara de Vereadores e continuarei fazendo isso. Claro que quem for
convidado pelo Prefeito Fortunati, primeiro, será honrado, mas eu acho que
ninguém tem o direito de pedir para ser Secretário. Quem for será porque o
Prefeito achou interessante seu trabalho. Mas também tem o convidado que
aceitar, tem que ponderar, enfim. Isso é outro assunto. Recém o Prefeito está
conversando com os Presidentes de Partidos lá na Prefeitura Municipal, e, em
relação a esse assunto, eu não farei mais nenhum comentário. Eu não sou nomeado
pelos jornais; respeito muito os jornais, mas o único jornal que nomeia alguém
é o Diário Oficial. Então, eu não me pauto pelas notícias. Ver. Beto Moesch, V.
Exa. foi Secretário também, só foi assumir quando foi nomeado ou confirmado
pelo Prefeito, e não há outro caminho. Quero dizer a todos que não falaremos
mais sobre esse assunto. Agradeço ao Ver. Bernardino, mas só o seu primeiro
pedido no aparte eu levarei em conta, o segundo é puro carinho do colega, ,mas
sem nenhum fundamento.
Nestes 15 minutos de Grande Expediente, que são
longos minutos para conversar, ainda mais quando há poucos apartes, Ver. Adeli
Sell, há muitas coisas que a gente pensa em reclamar. Mas eu quero ter uma
outra atitude com os meus colegas de oposição. Este mês de outubro não é um mês
para ficar brigando com a oposição, reclamando de coisas da oposição. Eu
prefiro, neste mês pós-eleitoral em Porto Alegre - aqui já é pós-eleitoral, mas
em muitas cidades ainda não é, porque o Fortunati ganhou de rebenque erguido no
primeiro turno - não fazer mais críticas ou contestar a nossa Bancada
oposicionista, Ver. João Dib, porque o mês de outubro é o mês do professor.
Então, eu vou considerar o mês de outubro como um mês sem ataques, fazendo isso
de alma tranquila. Quando eu tive que fazer, eu fiz, mas neste mês de outubro
nós vamos conversar mais, vamos ver se aprovamos alguns projetos que estão na
Casa, discutir o que interessa para a Cidade. Eu vou me esforçar muito, a
pedido da própria oposição, para que eu não me meta na macroeconomia, que eu
não fale de Brasília, que eu não fale do Piratini. É difícil pra caramba não
falar do não Governo, mas eu vou tentar, até o final do mês, não fazer mais
nenhum ataque, nem ao Governador Tarso Genro, muito menos ao pessoal de
Brasília, porque não há necessidade de fazer isso. Nós vamos completar esse mês
de outubro com muita tranquilidade. Quero dizer a todos os colegas para
tentarmos fazer um trabalho conjunto aqui com o nosso Líder do Governo, em
forma de homenagem ao nosso grande Líder João Dib. Se quisermos fazer uma
homenagem legislativa a esse grande Vereador, que seja limpando a agenda de
projetos que ele tem aqui. É esta a minha proposta, Ver. João Dib: de nós
juntarmos tudo e lhe fazer uma homenagem aprovando o que tem que ser aprovado e
discutindo tudo que esteja em suas mãos. Como Líder do Governo que V. Exa. é,
eu solicito que se dê essa atenção, que se faça essa homenagem a V. Exa.; não
que V. Exa. precise de mais homenagens, pois toda a Cidade já lhe prestou essa
homenagem. A cidade de Porto Alegre, através de todos
esses mandatos, lhe disse: “João Dib, estamos contigo!” Então, nós, Vereadores,
nesses últimos dois meses que temos para cuidar da nossa Cidade, que o façamos
juntos com V. Exa., aprovando quando possível, ou discutindo os projetos de
interesse da cidade de Porto Alegre. Precisamos votar, precisamos desamarrar os
projetos da Câmara para que o Executivo cumpra suas metas traçadas. Neste final
de ano, não é mais momento para situação ou oposição, é o momento da Cidade
fazer a sua parte, primeiro, por meio de seus Vereadores, e, depois, cobrar do
Executivo todas as obras que o Prefeito Fortunati está propondo. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Carlos
Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, sem dúvida
nenhuma, esta será a última vez que eu utilizarei o Grande Expediente na Câmara
Municipal, eis que a próxima vez ocorreria dentro de 18 semanas, evidentemente
cairia no ano que vem, quando eu já não estarei nesta Casa.
Antes de voltar ao
passado, há algumas décadas, gostaria de dizer que amanhã, às 10h, a Comissão
de Finanças fará Audiência Pública para tratar do Orçamento. Estarão presentes
o Secretário da Fazenda e também o Coordenador do Gabinete de Programação
Orçamentária, professor Ilmo José Wilges.
Gostaria de agradecer
as palavras carinhosas do meu bom e querido amigo Idenir Cecchim, e assim me
sinto à vontade em voltar no tempo, há algumas décadas, na primeira vez em que,
na Prefeitura, eu olhava escadaria acima e lá tinha uma frase impressa em
letras douradas que me calou profundamente. Dizia o seguinte: “O trabalho é o
maior fator de elevação da dignidade humana.” Havia uma assinatura que é
semelhante a do Presidente Vargas, que foi um grande
estadista neste País. Eu fiquei com aquela tese de que realmente o trabalho é a
solução de todos os nossos problemas, pois se eu emprego gente, eu crio mais
emprego; se eu desemprego gente, eu crio desemprego. Então, trabalho é, na
verdade, o maior fator de elevação da dignidade humana. Todavia, vivemos num
País em que tudo se soluciona com quotas e com bolsas. Mas será que isso é
verdade? Será que isso é a solução para os problemas que os brasileiros têm?
Claro que não. Agora temos quotas para os negros. Estamos dizendo que eles são
inferiores aos brancos? É isso o que estamos dizendo, pois eles precisam de
quotas? O que nós precisamos, nas universidades, nas escolas, são melhores
alunos, mas resolvemos os problemas dando quotas. Nos Estados Unidos, onde a Ku
Klux Klan atuou fortemente até poucos anos, há o Presidente Barack Obama, a
Condoleezza Rice, Colin Powell, Venus e Serena Williams, Tiger Woods e muito
mais gente, local onde os negros eram não só segregados, mas violentados. No
Brasil nunca houve isso, felizmente, mas agora fazemos quotas. Será que o
Ministro do STF Joaquim Barbosa também teve quota ou ele chegou pelas
qualidades de cidadão brasileiro, em que todos são iguais perante a
Constituição? Acho que foi assim. Por outro lado, os deficientes físicos, por
quem devemos ter cuidados, sem dúvida alguma, mas o Presidente Roosevelt também
foi beneficiado por quota? Foi Presidente dos Estados Unidos por três mandatos,
morreu no exercício da presidência, tirou os Estados Unidos da recessão no
momento mais difícil, e ele usava cadeira de rodas. Sem problemas, mas nós,
aqui, vemos problemas. Joaquim Barbosa, Carlos Santos, que presidiu a
Assembleia Legislativa e sempre foi um nome lembrado e respeitado, o Governador
Alceu Collares, a Prefeita eleita no Município de Dois Irmãos é negra e foi
eleita numa cidade de colonização alemã. Será que ela ganhou quotas? Não, ela
chegou pela competência, pois ela é igual a mim, igual a qualquer outro
cidadão, mas nós fazemos quotas. Em vez de criar empregos, damos Bolsa Família,
ou seja, tiramos a dignidade das pessoas; nós dizemos: “toma uma esmola aqui,
fica quieto aí e vota em mim depois”. Isso é o que acontece com o Bolsa
Família. Agora criamos o Bolsa Carinho e vamos dizer: produza mais criança
porque cada uma vai receber R$ 70,00. Será que é disso que precisamos? Não, nós
precisamos de trabalho, pois o maior fator de elevação da dignidade humana é o
trabalho. E é tão simples criar empregos. Roosevelt mandava abrir buracos e
mandava fechar buracos, mas não deu Bolsa Família para ninguém, e os Estados
Unidos se tornaram a maior potência do mundo, não por Bolsa Família, não por
Bolsa Carinho nem por bolsa de coisa nenhuma, mas por oportunidade de trabalho.
E é o que precisamos fazer neste País, mas este País tem mais de 30 Partidos,
ninguém sabe qual o caminho de cada um, qual o programa de cada um, nem os
próprios candidatos, muitas vezes, conhecem o programa do seu Partido. Nós
temos 40 Ministérios, será que precisamos de tantos Ministérios? Será que a
Presidente Dilma conhece os 40 nomes dos Ministros, fora aqueles outros tantos
que estão em empresas do Governo, como Petrobras, Eletrobrás e outras tantas
que por aí estão? Na realidade, em vez de melhorarmos as condições do povo
brasileiro, criando trabalho, que é o maior fator de elevação da dignidade
humana, nós damos Bolsa Família; em vez de dar melhores condições de ensino
neste País, nós criamos quotas. Nós precisamos de uma faculdade, uma
universidade que forme o aluno em excelentes condições. O que vemos? Abrem mais
faculdades de Direito, abrem mais faculdades de Medicina, mas não tem professor
para tudo isso! Mas pensam: “não faz mal, nós temos faculdade, nós temos
universidade, e é um orgulho dizer que minha cidade tem universidade, minha
cidade tem faculdade”. Nós não nos preocupamos com a falta de professores à
altura das necessidades dos alunos que precisam aprender para se tornarem
profissionais competentes.
No dia 4 de outubro,
falando em fator de elevação da dignidade humana, dei uma entrevista para o
jornal Diário Gaúcho, e um amigo, que não tinha oportunidade, não sei por que,
minha porta está sempre aberta, mandou para a jornalista Roberta Schuler este e-mail pedindo que ela encaminhasse para
meu conhecimento. Ele realmente retrata como o fator trabalho eleva a dignidade
humana. Ele diz o seguinte (Lê.): “Em 1983, Porto Alegre, o Estado e o País
passavam por uma crise de desemprego sem precedentes! Meu Vereador, na época
nosso Prefeito, abriu, sem concurso, para trabalho braçal, 2 mil vagas na
Prefeitura. Lembro, como se fosse ontem do dia 7 de julho de 1983! A fila de
pretendentes dava mais de duas voltas ao redor do prédio da Prefeitura nova!
Dia 8 de julho me apresentei no DMAE! Está lá a data no crachá e na ficha, pois
não tenho mais Carteira de Trabalho! Graças a Deus, ao Dib e ao meu esforço,
após cinco anos de trabalho, fiz concurso público e fui aprovado. Fui
efetivado. O meu Prefeito, o meu Ver. Antonio Dib não me deu o peixe, mas me
ensinou a pescar!”
Essa é a verdade. Na
oportunidade, nós empregamos realmente 900 trabalhadores braçais, e, com a
dificuldade que eu tinha naquele momento não só de fazer o pagamento daqueles
900 homens e mulheres, mas sim de providenciar equipamentos para eles
trabalharem, eu fui ao Governador Jair Soares e pedi a ele que me fornecesse
carrinhos, pás e picaretas. Ele me deu isso, e eu pude empregar as 900 pessoas.
A maioria, quando viu que o trabalho era mais ou menos pesado, desistiu, e eu
fiquei mais tranquilo. Mas, de qualquer forma, o exemplo deste cidadão me deixa
muito claro que o trabalho é o que realmente resolve. O cidadão é o Hamilton, e
talvez o Presidente Todeschini o conheça porque ele era instalador lá no DMAE.
Então, na verdade, o trabalho faz bem à saúde e faz bem ao País, porque o País
vai crescer com muito mais celeridade e muito mais dignidade. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Encerrado o
Grande Expediente.
Apregoo a Emenda nº
01, de autoria dos Vereadores Nelcir Tessaro e Tarciso Flecha Negra, ao PLL nº
060/11.
Apregoo o Ofício nº
851/12, do Gabinete do Prefeito (Lê.): “Porto Alegre, 11 de outubro de 2012.
Excelentíssimo Sr. Mauro Zacher, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre, nesta Capital. Sr. Presidente, cumprimentando-o cordialmente, solicito
a gentileza de determinar o desarquivamento do Processo nº 3.915/2011, que
trata do PLE nº 053/11, que propõe a denominação de logradouro cadastrado como
Rua da Inovação Padre Landell de Moura, para o fim de retornar sua tramitação.
Atenciosamente, José Fortunati, Prefeito”.
A Ver.ª Sofia Cavedon
está com a palavra em Tempo Especial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, nesta semana que passou eu tive a oportunidade de
conhecer o Projeto CEIBAL, em Montevidéu, representando esta Casa. É um Projeto
que faz cinco anos que teve a sua implementação iniciada e que hoje já alcança
500 mil alunos da Rede Pública uruguaia. O grupo de relações internacionais do
Plano CEIBAL organizou uma agenda completíssima para mim e para a Coordenadora
do Projeto Província de São Pedro, aqui do Rio Grande Sul, a Professora Malu
Pinto. Essa agenda incluiu visitas às escolas, as que nós solicitamos que
acontecessem, mas também reuniões com as diferentes equipes de trabalho que dão
conta desde a questão da tecnologia, da formação dos professores, do trabalho
comunitário até à coordenação dos voluntários. É um Projeto que hoje não é mais
um projeto de Governo, é um Projeto da sociedade – 1.200 voluntários se
inscreveram a partir do problema inicial. O ex-Presidente Tabaré Vázquez
comprou milhares de máquinas, Ver. Goulart, e precisava organizar a distribuição,
descarregar os caminhões, abrir e instalar para os meninos, pegar a
identificação, porque cada menino e cada menina recebem um computador mediante
a apresentação
da sua carteira de identidade. Esse computador é seu, ele leva para casa,
utiliza junto com a família, tem reposição em situação de quebra e manutenção
permanente. Vocês imaginem o desafio de um país onde ainda os alunos andam de
guarda-pó, é um país tradicional, mas que toma algumas decisões ousadas e
inovadoras. Eu estou muito convencida de que deram um passo muito certo na
Educação. A inclusão digital, para eles, é hoje um direito de todas as
crianças. Eles consideram que nenhuma criança pode ser penalizada em relação à
outra por não acessar esse meio de produzir conhecimento, de acessar
conhecimento, de acessar informação e de se conectar com os colegas e com o
mundo.
Esta fala que eu reproduzo é uma fala de mães que
fazem parte dos grupos de voluntários. Esses voluntários, lá no início, se
organizaram para ajudar a descarregar, a instalar, e hoje eles existem, se
organizam em centros comunitários, junto às escolas. Nós participamos de uma
reunião desses voluntários – e eu começo com a ponta da sociedade para ver o
grau de envolvimento do país –, e nessa reunião eram emocionantes os relatos
trazidos, como o de um menino que chegou ao CEIBAL, um menino bem pobremente
vestido. O Ceibal, que fica no Centro de Tecnologias do Uruguai, onde tem
muitas empresas vinculadas à tecnologia, é bem afastado do centro da cidade, e
esse menino chegou depois de tomar vários ônibus, com uma bolsa pesadinha,
porque carregava três computadores. Um menino bem pobre, diz que foi pedindo,
foi perguntando, como não consertavam, ele descobriu que era por lá e chegou
com o seu computador, o da sua irmã e o de uma prima. Foi emocionante quando
chegou o Presidente do CEIBAL, ele viu, acabou trocando os computadores –
porque a sistemática não é essa –, mas tamanho é o amor dessas crianças, o
carinho, a valorização que essas crianças dão para esse novo equipamento. Ele
saiu com os três novos computadores, levaram-no de carro, aí chegou em casa,
foi uma farra: “Cheguei com os computadores!” Aí diz que entrou no carro de
volta e disse: “Agora vamos levar para a minha prima”, a prima morava meio
longe. Isso era um relato de voluntários. Enquanto acontecia a reunião,
chegaram três meninos juntos, depois chegou um menino com a avó, com o seu
computadorzinho, aí saía alguém da reunião e ia ajudar. E era num centro de
comunidade, no contraturno da escola! Alguém chegava, ajudava a “resetar”, a
reinstalar, a carregar, porque, às vezes, eles estão longe de casa ou não têm
energia para carregar a bateria. Esse é um aspecto que eu relato para os
senhores e para as senhoras.
O outro, que é na outra ponta, na tecnologia mais
avançada, são os softwares que já
estão sendo desenvolvidos para o Ensino Médio. Encerro contando que, no Ensino
Médio, o projeto CEIBAL está comprando sensores, Ver. Todeschini. Os alunos
acoplam a um computador um sensor de temperatura, de velocidade, de pulsação,
diferentes formas de medição para uso na biologia, para uso na física, na
química. Os alunos saem a campo, verificam e fazem gráficos, fazem
acompanhamentos no computador. É uma revolução no tratamento da informação, bem
diferente do nosso quadro-negro, das impossibilidades que as escolas têm hoje
em acompanhar a transformação do mundo.
Acho que esse projeto que hoje é visitado pelo
mundo inteiro, o mundo inteiro está indo... tinha uma delegação da Coreia lá,
semana passada; hoje estão chegando 20 pessoas da Bolívia, conhecendo a ousadia
que Portugal teve, e logo – óbvio que mudanças em Educação não se dão a curto
prazo – nós vamos perceber a colocação de Portugal no mundo em termos de
produção de conhecimento e de autonomia.
O Rio Grande do Sul está iniciando esse projeto,
acho que devemos acompanhar, investir e, quiçá, fazer esse debate com Porto
Alegre, que tem que sair das salas informatizadas, que já estão ultrapassadas,
porque o aluno frequenta uma vez, no máximo, duas vezes por semana. É hora de cada
aluno ter um computador como se fosse o seu lápis!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, alunos que nos
visitam esta tarde, que acompanham o Jorge e o pessoal do Memorial; quero
aproveitar, Ver. Engenheiro Comassetto, em nome da Liderança do PT, para fazer
algumas cobranças que eu considero fundamentais. Nós estamos iniciando mais uma
Feira do Livro, a 58ª Feira do Livro. A Praça da Alfândega está quase pronta.
Eu falei “quase pronta”, depois de três edições da Feira do Livro com ela
inconclusa, com idas e vindas. Mas eu observei que, apesar de a obra física
estar realizada, ou de algumas folhagens terem sido plantadas e replantadas,
faltou algo essencial para a cidade de Porto Alegre, Ver. Engenheiro Comassetto
e Ver. Todeschini, que são agrônomos, esqueceram as flores. Nós somos
produtores de flores na cidade de Porto Alegre, e faltam flores na Praça da
Alfândega. Espero que, quando fizerem a terceira licitação para a Praça da
Matriz, onde está quase impossível caminhar porque as pedras portuguesas se vão
a cada dia e, no lugar delas, alguma pessoa “inteligente” da SMAM fez aquilo
que eu creio que nem um estudante do primeiro semestre de arquitetura ou
engenharia faria, que é colocar massa para cobrir as lacunas das pedras
portuguesas faltantes... É um escândalo ver isso em plena Praça da Matriz,
quando, a cada dia, visitantes e visitantes acessam àquele sítio histórico da
cidade de Porto Alegre.
Outra questão: o Presidente Lula começou com esse
processo das Parcerias Público-Privadas, nós não somos contra, mas, no Largo
Glênio Peres, nós não vimos nenhuma sinalização no chafariz; como ali tem vãos,
semana passada uma pessoa se estatelou em pleno Glênio Peres. Aos sábados,
continua a balbúrdia dos carros impedindo qualquer pessoa de circular, não há
uma organização, não há uma acomodação. Eu aqui votei favoravelmente para
acabar com algumas feiras, feiras em excesso, o que a mim custou muita dor de
cabeça, muita oposição e muita futrica. Vejo que, quando nós tentamos organizar
o centro da Cidade, a própria Prefeitura desorganiza mais uma vez, não
obedecendo à lei municipal. Agora, fazem-se eventos de todos os tipos no Largo
Glênio Peres, mas não se fazem as feiras. Então, podiam ter deixado as feiras
também! Eu pergunto: o espaço público é público para quem? Para aqueles que
estão conforme ou de acordo com algumas questões da Prefeitura, ou é
republicano, vale para todo mundo? Espero que seja republicano porque, até este
momento, não vi. Até um megaevento, um show
gospel, ou seja lá o que for, foi
realizado, causando o maior transtorno num final de semana, no centro de Porto
Alegre, numa sexta-feira e no sábado; isso não estava previsto na lei! Então,
eu fui enganado! Eu votei para que as pessoas pudessem circular no Glênio
Peres, para que houvesse menos feiras. Mas agora fazem coisas que não têm nada
a ver com a Cultura, com o centro de Porto Alegre. Afinal de contas, nós
queremos ter um centro onde as pessoas possam circular tranquilamente, ou vai
continuar a ter a balbúrdia que a gente via no Glênio Peres? São correções
imperiosas porque nós queremos cuidar da nossa Cidade. Temos que ter esse
apreço pela coisa certa: ou vale para todo o mundo, ou tem benesses no jogo.
Acho que o grande problema do centro de Porto
Alegre, como do resto da Cidade, continua sendo o lixo. Não há horário certo
para o caminhão do lixo passar, há um descontrole total e absoluto, os
contêineres continuam sendo uma bagunça, porque não há um estudo e um reestudo
para ver onde há excesso de lixo que colocam ao lado do contêiner, e fica uma
coisa horrorosa. Os carrinheiros e os carroceiros passam, levam aquilo que lhes
interessa, e o resto fica jogado na rua. Se há alguma coisa que não funciona é
a coleta do lixo em Porto Alegre. A coleta seletiva do lixo é uma tragédia.
Portanto, senhoras e senhores, para que o slogan “Eu curto, eu cuido” tenha algum
tipo de validade, no mínimo, observem o que eu acabo de colocar, senhores da
base do Governo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Quero registrar a presença, no plenário desta
Câmara, participando do projeto Sessão Plenária do Estudante, de 30 alunos da
7ª e 8ª séries da Escola Municipal de Ensino Fundamental Leocádia Felizardo
Prestes, acompanhados pelos professores Cremilda Pereira, Edelvira Aída da
Silva Moreira, Katchia Coronel Langer, Maria Helena Jardim. Essa atividade faz
parte do Projeto de Educação Política que o Memorial desta Casa desenvolve com
as escolas da cidade de Porto Alegre, acompanhada do nosso sempre professor
Jorge. Parabéns, sejam bem-vindos a esta Casa.
(A Ver.ª Fernanda Melchionna assume a presidência
dos trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Como estamos com problemas técnicos no painel,
solicito ao 1º Secretário que faça a chamada nominal dos Vereadores e
Vereadoras para entrada na Ordem do Dia.
O SR. SECRETÁRIO (Carlos Todeschini): (Procede-se à
chamada nominal dos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras.)
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna – às 15h26min): Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1900/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 037/12, de autoria do Ver. Nelcir
Tessaro, que concede o
Diploma Honra ao Mérito ao senhor Luigi Antonio Gerace.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Mauro Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 22-10-12.
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Em discussão o PR nº 037/12. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1032/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 018/12, de autoria do Ver. Newton Braga
Rosa, que concede a Comenda
Porto do Sol à Rede Internacional de Universidades Laureate Ltda.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Mauro Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 24-09-12.
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Em discussão o PR nº 018/12. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1043/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/12, de autoria do Ver. Newton Braga
Rosa, que concede o Diploma
Honra ao Mérito ao senhor Antônio Ramos Gomes.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. DJ Cassiá: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 10-10-12.
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Em discussão o PR nº 020/12. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 1633/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 031/12, que autoriza o Executivo Municipal a doar
próprios municipais localizados na Vila Hípica, nesta Capital, ao Departamento
Municipal de Habitação (DEMHAB).
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, VIII, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 15-10-12.
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Em discussão o PLE nº 031/12. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 1470/12 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 029/12, que
desafeta área de destinação de bem de uso especial (escola) e afeta esta mesma
área para bem de uso comum do povo (praça).
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Dr. Raul Torelly: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, VIII, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 01-10-12.
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Em discussão o PLE n° 029/12. (Pausa.) A Ver.ª
Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE n° 029/12.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sra. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, essa área estava
destinada a uma escola, e o Governo Municipal a está desafetando para que ela
se torne uma praça. A informação que temos é de que essa área já é utilizada
como praça numa região onde, possivelmente, tenhamos os principais problemas de
atendimento à Educação resolvidos. De toda maneira, Ver. João Antonio Dib, acho
que poderíamos postergar a votação para melhor informação. Eu estava observando
que passou apenas pela CCJ – apenas o processo; posso não estar bem informada,
estamos em processo eleitoral e não conseguimos acompanhar amiúde todos os
projetos que estavam em tramitação na Casa.
Quero cumprimentar os alunos dizendo isto: estamos
tratando de uma área perto do Colégio Estadual Gema Belia, colégio que aluga,
há muitos anos, de uma congregação religiosa, a área e o espaço físico. A boa
notícia, que talvez nos dê tranquilidade para desafetar essa área – desafetar
significa tirar o gravame de área para escola e transformá-la em praça; o
gravame é a destinação do Plano Diretor –, é que, Ver.ª Celeste, o Governo do
Estado está, finalmente, fazendo a compra da área das Irmãs para a construção
definitiva da Escola Gema Belia, uma escola que está em prédios precários há
muito tempo, com aluguel, sem poder investir, com dificuldades, portanto, de
atender bem os seus alunos, inclusive de acolher salas e equipamentos mais
modernos, pela fragilidade do prédio.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Aproveito aqui a sua fala. Essa área que está sendo desafetada, de
escola para praça, fica há poucos metros da Escola Gema Belia, e é uma luta de
que esta Casa muito participou. Foram várias audiências públicas e, agora, em
junho deste ano, o Governo do Estado comprou a área, R$ 14 milhões para a sede
definitiva da Escola Gema Belia. Muito obrigado.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Exatamente. É o que eu informava. Obrigada pela precisão. Sabemos que o
processo de compra ainda é um processo não concluído, mas é um investimento
muito importante do Governo Tarso Genro, da Secretaria Estadual de Educação,
que resolve um drama da Escola Gema Belia. E, mais do que isso, será uma Escola
construída, totalmente nova nessa região, então essa área destinada à escola
talvez não se faça necessária. Meu alerta é para dizer que, claro, praças são
muito importantes, é que ainda temos, na educação de Porto Alegre, um grande
déficit na educação infantil, no atendimento de zero a cinco anos.
Nós temos uma política do Governo Federal para a
construção de creches comunitárias, no ProInfância, a construção de prédios
para a educação infantil, e o problema de áreas na Cidade é bastante sério. É
claro, se há uma consolidação de uso como praça é muito importante que a
comunidade também tenha a sua praça.
Aproveito estes minutos para comentar mais um
aspecto muito importante do que eu vi no Uruguai, no tema da inclusão digital.
As escolas mais longínquas, no Interior do País, escolas como a de nº 77, uma
escola multigrado, ou seja, uma escola multisseriada, escolas que não temos
mais no Rio Grande do Sul, em que alunos do 5º e do 6º ano, com 11 anos,
estudam todos numa mesma sala. Falando aqui para os alunos que nos assistem,
vejam que a professora é que tem que trabalhar com as várias turmas ao mesmo
tempo, e cada aluno com seu computador, inclusive os alunos do 5º e do 6º ano
já com computadores mais avançados e com conectividade excelente. Andamos
quilômetros e quilômetros, e só há campo, pastagens, chegamos naquela escolinha
pequenininha, e a conectividade dava para postar, para entrar na Internet com
sinal excelente, porque o Uruguai está priorizando a todos os alunos, seja nos
rincões mais longínquos, seja nas condições mais precárias de prédios de
escola, porque também a gente viu que os prédios não são modernos, mas a Empresa
Pública de Telecomunicações servindo à educação e levando onde não dá o lucro,
onde dá a educação de qualidade, garante a educação de qualidade. Então, a Gema
Belia vai ser uma grande novidade, um grande incremento na qualidade da
educação numa escola estadual, mas nós queremos mais do que prédios, nós
queremos que os nossos alunos estejam up
to date, que tenham condições de participar da era do Conhecimento.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Obrigada, Ver.ª Sofia. O Ver. João Antonio Dib está
com a palavra para discutir o PLE nº 029/12.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sra. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu compreendo o
raciocínio da Ver.ª Sofia Cavedon. Ela pediu que postergasse a votação para
conhecer melhor o Projeto, mas o Projeto já entrou na Casa no dia 04 de junho,
e ela não raciocinou a não ser com o coração. Nós estamos no mês do professor -
ela é uma professora -, que é a criatura mais importante na sociedade, mas,
neste caso, a própria sociedade, a própria comunidade na área diz que deve ser
desafetada de Área de Uso Especial, para bem comum do povo, ou seja, não vai
ser construída a escola, porque já está sendo utilizada, inclusive com
equipamento como praça; portanto é um desejo da coletividade. Eu acho que essa
é a razão maior do Projeto que o Prefeito encaminha à Casa, e eu tenho a
convicção, a certeza, de que será aprovado por unanimidade. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
Não há mais quem
queira discutir. Em votação o PLE nº 029/12. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO
com a Abstenção da Ver.ª Sofia Cavedon.
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna – às 15h38min): Encerrada a
Ordem do Dia.
Passamos às
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras. Eu não ia falar
deste assunto, mas sou obrigado, porque a situação chega às raias do
insuportável. Um cidadão, proprietário do terreno localizado na Rua Silvado, nº
154, Ver. João Antonio Dib, pediu retificação de uma DM há seis meses. Essa DM,
depois de idas e de vindas, e depois de comunicado ao técnico, do interessado,
o Engenheiro, quando foi dito que era para comparecer ao Gabinete da SPM ou ao
protocolo para retirar a resposta à DM pedida, chegou lá o cidadão, e o pedido
ainda estava na estaca zero. Várias tentativas foram feitas por este Vereador
junto ao Secretário Ricardo Gothe e à sua assessoria, para uma resposta sobre a
DM, apenas uma retificação. Não foi feita até agora. Falei aqui com o
ex-Secretário e Ver. Márcio Bins Ely, que me deu garantias de que o assunto
estaria resolvido. Pois bem, continua em estaca zero. Aliás, muita placa, muita
propaganda se viu, parece-me que era onde se pedia DM e onde se prometiam
favores do Município. Agora, Ver. João Antonio Dib, eu quero uma resposta sobre
essa DM, porque o Município, há seis meses, deve e não faz. Esgotei todas as
possibilidades junto ao Governo. Eu não sei se isso ocorre por incompetência,
desleixo ou descaso mesmo, porque não é a única queixa e não é o único caso,
são dezenas de casos que passaram pelo nosso Gabinete, durante esse período,
que o Município, simplesmente, não responde ao pedido de uma DM. Está aqui o
número no endereço da Rua Silvado, nº 154, cujo expediente único é o de nº
002.305.728.03.3, e nenhuma reposta, até agora só enrolação. O cidadão está com
o projeto pronto para construir, necessitando apenas a retificação dessa DM,
solicitada desde maio, e até agora nada, absolutamente nada, só enrolação,
repito, inclusive do Ver. Márcio, que me prometeu uma resposta semana passada.
Então, apelo a V. Exa., Vereador, como Líder do
Governo, para que o cidadão tenha o mínimo de respeito, o que não está
acontecendo, nesse caso pelo menos.
Em segundo lugar, só para registro, o DMAE da ETA
do bairro Lomba do Pinheiro continua a distribuir água contaminada com grandes
volumes de esgoto, inclusive com relação a isso corre um processo judicial na
2ª Vara da Fazenda Pública, sendo que lá fui testemunha - tenho aqui todas as
fotos para quem quiser comprovar - de que o DMAE simplesmente não cumpre com o
seu dever.
(Aparte antirregimental do Ver. Márcio Bins Ely.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Eu já cansei de lhe entregar o Processo, Ver. Márcio. Na hora oportuna
lhe entregarei novamente se for o caso, mas falarei antes com o Líder do
Governo, porque V. Exa. parece que não... Ou o senhor é muito desleixado, ou
não trata o assunto com responsabilidade, não sei o que lhe dizer. Entregarei
ao Ver. João Antonio Dib; V. Exa. está atrapalhando inclusive o meu o
raciocínio.
Eu estou falando em um outro assunto muito sério, ou seja, que o DMAE distribui água com esgoto! Estão aí as provas, e sou testemunha no Processo, por não cuidarem, não fazerem manutenção na rede de esgoto. Basta! Quem quiser comprovar, deve ir à Rua do Abacateiro, nº 180, onde poderá identificar toda a rede de esgoto detonada, obstruída, transbordando para dentro do arroio Taquara, ou nos fundos do Parque Sant’ Hilaire, que ocorre a mesma coisa, é uma situação gravíssima! Fiz uma reunião próxima do Beco dos Herdeiros em que as famílias relataram que as crianças todas tiveram problemas de diarreia, de doenças gastrintestinais. Isso não é pouca coisa. Essa situação não é de hoje, porque nós, inclusive, já apontamos, aqui no painel, há meses, e nenhuma providência foi tomada, continua na mesma.
Em terceiro lugar, estamos instituindo, no 4º
Distrito, a Lei que cria as Áreas Integradas de Segurança, implementando a Lei,
porque essa é uma Lei que está publicada no Diário Oficial desde do dia 27 de
fevereiro de 2008, e, até agora, o Governo Municipal não fez nenhuma medida
para que ela acontecesse. Estamos com a comunidade, com o desejo das
associações dos moradores, reunindo-nos semanalmente, e, com o apoio do Governo
do Estado, nós faremos esta Lei valer; se for o caso, inclusive buscando a
fiscalização e a iniciativa do Ministério Público para fazer a Lei valer. É uma
Lei que altera substancialmente a dinâmica, o trato sobre as questões da
Segurança pública, mas, infelizmente, nem o Prefeito Fogaça e nem o Prefeito
Fortunati fizeram qualquer esforço junto ao seu Secretariado para que a Lei
fosse implementada. E isso faz com que a comunidade toda continue perdendo,
pela falta de segurança e pela falta dos serviços integrados previstos pela
Lei. Portanto, eu deixo aqui o registro de que nós continuaremos a luta para
implementação da Lei, pois é uma necessidade, é um desejo, é uma vontade e uma
esperança de toda a comunidade ver a Lei que cria as Áreas Integradas de
Segurança, implantada na cidade de Porto Alegre, conforme muito bem pronta e
acabada ela está. Ela é autoaplicável; portanto, não necessita de outros
elementos. Sra. Presidente, eu deixo aqui mais esse registro, desejando que as
coisas melhorem na cidade de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sra. Presidenta, colegas Vereadoras e Vereadores,
senhoras e senhores, nós temos debatido muito temas aqui nesta Casa e um deles
é sobre a Segurança. Eu quero deixar registrado aqui que tive muito prazer, no
último sábado, de participar de um evento do Governo do Estado, em que também
estava presente o Prefeito Municipal. O evento foi lá na Lomba do Pinheiro, num
dos territórios da paz, onde foi lançada a Patrulha Maria da Penha: são 20
patrulhas específicas para tratar dos conflitos e do apoio à mulher em todo o
Rio Grande do Sul. O lançamento se iniciou por Porto Alegre. O Projeto é de 20
patrulhas Maria da Penha, com o efetivo da Brigada Militar, para dar toda a
proteção na política de segurança do Estado aos conflitos que envolvem as
famílias nos lugares onde as mulheres são desrespeitadas, agredidas e, muitas delas, mortas. Neste ano, no Rio Grande do Sul, já tivemos 74
mulheres assassinadas. Quero registrar esse fato, bem como dizer que as minhas
três colegas Vereadoras lutam junto conosco para construir políticas de
inclusão, de superação e respeito, não só para as mulheres, mas para as
minorias. Quero também registrar que a iniciativa do Governo do Estado, com o
lançamento das Patrulhas Maria da Penha é uma nova iniciativa do Rio Grande do
Sul.
Quero trazer aos meus
colegas Vereadores e Vereadoras outro tema que a Cidade tem nos cobrado muito.
O Ver. Adeli há pouco trouxe aqui que na próxima semana, no dia 26, começará a
Feira do Livro. Uma das dificuldades de Porto Alegre é a locomoção pelas
calçadas, principalmente para os deficientes. No ano passado, eu tive o prazer
de entrevistar na Feira do Livro um poeta, um escritor deficiente visual, o Sr.
Waldin. Ele já reclamava, no ano passado, da dificuldade de locomoção,
principalmente dos deficientes. Nós aprovamos aqui, Ver. João Antonio Dib, o
Plano Diretor de Acessibilidade; então, quero trazer esse tema para o debate,
porque está na hora dele sair do papel.
Hoje, estamos
iniciando a discussão do Orçamento, sendo assim, quero colocar aos colegas
Vereadores e, principalmente, ao Governo, que possamos analisar o Orçamento, e,
se não tiver a aplicação do Plano Diretor de Acessibilidade como a Cidade
merece, com a reconstituição das suas calçadas e com acesso para as pessoas com
deficiência, que possamos trabalhar ainda no Orçamento para 2013. Ou seja, que
se inicie, porque a Cidade sofre muito com a falta de política de inclusão no
que diz respeito à locomoção das pessoas com deficiência. Na periferia, não há
calçadas para as crianças chegarem nas escolas. Eu posso falar de Belém Velho:
as crianças que vão para a escola caminham pelo leito da Rua Costa Gama, pelo
leito da Belém Velho, correndo risco de vida. Na Lomba do Pinheiro, na Rafaela,
tanto numa direção como em outra, as crianças não têm por onde andar. Prezado
Valdir Fraga, o senhor que vem da Zona Sul, lá da Lomba do Pinheiro, as crianças da Estrada
João Antonio Silveira caminham no leito da rua, disputando o espaço com os
carros. Quero registrar a necessidade de sairmos do papel e colocar em prática
o Plano Diretor que aprovamos. Ofereço essa discussão, já que o Ver. João
Antonio Dib nos convidou para uma Audiência Pública que tratará sobre o
Orçamento da Cidade amanhã, para que possamos trabalhar visando a aplicação dos
recursos no sentido de que a acessibilidade na Cidade seja uma realidade. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. Dr.
Goulart está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. DJ Cassiá.
O SR. DR. GOULART: Sra. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu ia repetir a necessidade que temos de que os
hospitais públicos também trabalhem aos sábados, domingos e à noite, para poder
resolver a grande demanda de cirurgias - não as de urgência – eletivas que
estão esperando -, mas, ao ler um texto, hoje, no jornal, acho que esta Casa
precisa pautar e se preocupar com um assunto, que é o assunto dos presídios. E,
por falar em presídio, lembro do fim da novela que todos esperávamos: a menina
que matou o rapaz com uma enxada aparece saindo da prisão três anos depois, já
preparando o espírito brasileiro para uma possível impunidade para as coisas
que estão acontecendo. A novela, tão vista, mostra a menina que matou o seu
afeto com uma enxada pegando só três anos de cadeia. Que interessante!
Senhores, que as pessoas sejam punidas quando se tornam marginais do
comportamento da média das pessoas do mundo é plenamente inteligível, pois as
pessoas precisam ser punidas quando não estão adequadas aos modus vivendi das comunidades, mas daí a
condenarmos pessoas que poderão ter algum tipo de tratamento, algum tipo de
ressocialização, e poder ser mais um brasileiro que teve um passado num momento
desagradável e que passa a ter uma nova vida, é desejável, é
desejável que isso aconteça. Mas o que ficamos sabendo através da mídia? Que
não é só assassinato que está acontecendo dentro do péssimo ambiente dos
presídios onde estão seres humanos; são as doenças mais comezinhas, mais
simples que estão acontecendo a ponto de se somarem à violência, fazendo com
que, a cada três dias, morra um presidiário. Tuberculose tem sido uma das
causas de morte; a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida tem sido outra causa;
febres têm sido outras causas. Estão morrendo presidiários que poderiam ser
recuperados para a sociedade num determinado momento.
Acho que a nossa
Comissão de Saúde tem que pautar uma ajuda desta Câmara, que faz tanta opinião,
que chama a atenção para tanta estripulia. Nós temos que pautar a Comissão de
Saúde para que ela nos ajude a visitar o ambiente em que essas pessoas estão
colocadas. Agora temos médicos dispostos a fazer essa visita, como o Dr.
Thiago, que aqui está. Também temos que falar com a Comissão de Direitos
Humanos. Nós não podemos fazer através dos Direitos Humanos apenas glamour,
apenas tornar glamourosa a reclamação dos direitos humanos sob diversas outras
causas que de per si poderão se resolver e esquecer das pessoas que estão
padecendo e morrendo nos presídios. A Câmara de
Vereadores, através dessas duas Comissões, tem que ajudar na resolutividade da
saúde dentro dos presídios. Quase não tem médicos, quase não tem enfermeiros
nos presídios! As pessoas têm que ter as suas penas, não sou contra as penas,
mas não pode ter um adendo por descuido da saúde dentro dos presídios. Fico
imaginado o quanto poderíamos ajudar se tivessem médicos, enfermeiros e
enfermarias adequados para cuidar das pessoas que estão reclusas, que estão
presas. Vou ser repetitivo porque didático: é necessário que essas pessoas
tenham que pagar a sua pena e tenham a chance de serem recuperadas pela
sociedade. Dentro do programa de recuperação profissional, que sei existe:
tantos dias trabalhados, tantos dias de alívio da pena, deveremos ter o cuidado
com a saúde. O João Bosco Vaz não está mais aqui, mas temos um amigo querido que mora no
Partenon, no Campo da Tuca. Ele tinha um filho, um pouco mais que adolescente,
tinha mais de 18 anos, que deu um passo errado, acabando no presídio; uma
pessoa que conhecemos desde criança, desde menino e que tinha uma chance imensa
de ser ressocializada, uma chance imensa de voltar a ter o carinho do pai, da
mãe e de seus amigos, e acabou indo para o presídio. Em 40 dias de presídio,
ele apresentou uma febre. Esperaram para levá-lo para os hospitais. Não o
levaram. Enfim, o nosso amigo adolescente, Presidente, veio a falecer de uma
febre que nunca ficou esclarecida. Nunca ninguém explicou o que aconteceu com
ele. Então, em nome daquelas vozes abafadas que estão escondidas dentro dos
presídios, nós precisamos, através da nossa Câmara, procurar uma solução para a
saúde, pelo menos para a dos presidiários de Porto Alegre, porque isso acontece
em todo Rio Grande do Sul. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Mauro Zacher reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Elias Vidal está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente.
Está encerrado o período de Comunicações.
Passamos à
(05 oradores/10 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2272/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 043/12, que estima a receita e fixa a despesa do
Município de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2013.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir a Pauta Especial.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, na verdade, o meu questionamento foi no sentido de que eu entendo
que primeiro deva se discutir a Pauta, e, depois, a Pauta Especial. Não sei o
por quê da Pauta Especial primeiro. Ver. João Antonio Dib, V. Exa. concorda com
isso? Não? Tudo bem. Eu até gostaria de falar, Ver. João Antonio Dib, após a
fala de Vossa Excelência. Eu quero propor que nós, Vereadores, possamos, desta
feita, fazer ou tentar fazer um acordo. Primeiro, o que tem acontecido? Um
excesso de emendas; muitas vezes nós não chegamos a lugar nenhum. Que a gente
possa tentar uma composição entre nós, Vereadores. Aproveito para cumprimentar
a futura Vereadora da Casa, a Jussara Cony, que vai ouvir, com certeza, o que
eu trago ao Líder do Governo, Ver. João Antonio Dib. O que eu quero propor,
Ver. João Antonio Dib, é algo que eu defendo há muito tempo: que o Município
destine um pouco mais de recursos para a cultura regional gaúcha. Nós vamos, em
seguida, estar aqui com a Copa do Mundo e vamos ter um Acampamento Farroupilha
específico para a Copa do Mundo. Nós temos a possibilidade... A gente já vem,
há muito tempo, defendendo, Ver. João Antonio Dib, que o Governo aproveite os
nossos CTGs, que estão ociosos no turno inverso aos colégios, para que a gente
possa aproveitar essa estrutura e ajudar os nossos alunos da Rede Pública com
um assessoramento, um acompanhamento melhor no turno inverso aos colégios.
Eu tenho dez minutos, mas não vou usar todos os dez
minutos, só fica aqui a nossa proposta, Ver. João Antonio Dib. Nós temos vários
Vereadores que defendem alguns segmentos quase que diariamente aqui; eu tenho,
como todos têm, várias frentes de trabalho, mas quero ficar numa neste momento,
que é nós tentarmos fazer um olhar diferenciado para a cultura regional gaúcha.
Eu insisto para que a gente tente uma composição, um acordo, uma certa unidade,
em defesa de alguns segmentos, respeitando o espaço de todos os Vereadores.
Fica aqui o meu apelo para que nós não nos dividamos no
momento de votar o Orçamento, que possamos fazer o máximo de esforço, Ver. João
Dib, para que possamos ter unidade e, quem sabe, progredirmos um pouco mais,
porque, na vez passada, inclusive, alguns Vereadores não foram contemplados com
suas Emendas; outros Vereadores acabaram tendo contemplação de mais de uma
Emenda. Então, quero fazer um apelo neste sentido, para que não passemos pelo
que passamos no Orçamento da vez passada, que, ao meu ver, não foi justo.
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver.
Bernardino. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta
Especial.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, em primeiro
lugar, eu quero cumprimentar o Ver. Bernardino pela lucidez do seu
pronunciamento, quando afirma que nós não devemos fazer muitas Emendas. Mais
importante do que emendar o Orçamento é fiscalizar a execução Orçamentária,
porque o fato de apresentar Emendas e mais Emendas às dezenas, às vezes, não
vai a coisa nenhuma, até porque podemos até aprovar Emendas, mas o Prefeito não
está obrigado, depois, a executar aquelas Emendas. Mas, de qualquer forma, o
que o Ver. Bernardino propõe é que se estude uma forma de uma determinada
Emenda, mas ele não está querendo personalizar, ele está querendo buscar uma
solução. E isto me parece uma coisa muito boa, uma coisa para ser examinada,
porque o Orçamento é feito em cima do Plano Plurianual e também em cima da Lei
de Diretrizes Orçamentárias. Portanto, a proposição do Ver. Bernardino merece
ser examinada.
Mas o que eu quero
dizer, principalmente, é que, amanhã, às 10h, na Audiência Pública, quanto mais
Vereadores estiverem presentes, mais importante se torna a Audiência. De
qualquer forma, é às 10h da manhã.
Por outro lado, quero
informar à população que, de acordo com o Regimento Interno, nas quatro Sessões
de discussão do Projeto de Lei Orçamentária, a população pode apresentar Emendas,
desde que assinadas por 300 eleitores ou por três entidades reconhecidas. Se
correr normalmente a sequência de Pautas, isso acontecerá na segunda-feira.
Então, hoje é a primeira Sessão de Pauta; quarta-feira, a segunda; quinta, a
terceira Sessão de Pauta, e, na próxima segunda-feira, será quarta Sessão de
Pauta.
Portanto, até segunda-feira, às 18h, a população
pode trazer as suas Emendas, desde que tenham a assinatura de 300 eleitores ou
sejam assinadas por três entidades reconhecidas.
Deixo, aqui, o meu apelo: não emendem, fiscalizem,
porque é mais importante fiscalizar a execução orçamentária do que emendar e,
depois, não realizar. A fiscalização é o dever maior do Vereador! Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Ver.ª Jussara Cony,
futura Vereadora, parabéns, seja bem-vinda, nossa Secretária Estadual, que no
ano que vem estará conosco, na função de fiscalizar, como o Ver. Dib nos
propõem. Eu só acho que a nossa função é um pouco mais que fiscalizar. Nós
temos uma função que é a mediação da sociedade, somos a ouvidoria da sociedade
em relação ao Executivo Municipal. Essa ouvidoria tem que ter consequências,
sob pena de o Parlamento perder a sua importância e respeitabilidade.
Quando V. Exa., Ver. Dib, propõe que só fiscalizem
e não mexam no Orçamento, porque ele já é consolidado, eu diria que, em grande
medida, se ele, de fato, fosse um Orçamento apropriado pela sociedade, como a
cidade de Porto Alegre já inaugurou, através do Orçamento Participativo,
através das Comissões Temáticas, e tivesse o domínio e a marca da população,
eu, talvez, achasse que o nosso Parlamento deveria era estar junto com a
sociedade, fiscalizando; o que faremos. Só que em grande
medida, hoje, os investimentos são oriundos de recursos federais, em
grande medida novos investimentos que a Prefeitura de Porto Alegre tem nos seus
R$ 5 bilhões para investir no ano que vem. São políticas federais importantes;
é verdade que muitas delas vinculadas à Copa, mas são políticas vinculadas a
programas federais que o Brasil nunca viveu: programas fortes de
infraestrutura, de saneamento, de tratamento de esgotos, programas relativos à
habitação popular, programas vinculados à construção de escolas infantis,
benfeitorias de parques e praças. Hoje nós temos em todas as áreas, inclusive
há uma incapacidade de as próprias prefeituras – e não é diferente a nossa –
buscarem tamanha quantidade de projetos, programas para os recursos que o
Governo Federal oferece aos entes federados. Então, nesses temas de recursos
públicos, nós temos imperiosidades colocadas para a população de Porto Alegre:
a duplicação da Av. Tronco é, na verdade, uma necessidade da Cidade, mas não é
superior à necessidade de moradia, à dignidade das famílias, ao direito a uma
transferência para um espaço mais adequado, com a sua participação, com
respeito às suas necessidades, ao perfil da sua moradia, da sua família, à
atividade econômica e social a que está vinculado. Nós faremos uma fiscalização
de implementação desses recursos federais de maneira que a população, de fato,
seja ouvida, não na origem, pelo Orçamento Participativo, mas no processo de
implementação, que a gente ainda não tem a pleno.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Nobre Ver.ª Sofia Cavedon, ouço com muita atenção o pronunciamento de
V. Exa., como sempre muito bem posicionado, mas eu gostaria de dizer que os
recursos federais são fruto de financiamentos que o povo de Porto Alegre vai
pagar depois, a maioria deles. Agora, eu gostaria que, em matéria de
financiamento e recursos federais, viesse mais dinheiro para o SUS, na forma da
Emenda Constitucional nº 29, que foi fraudada.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Muito bem! Mais
uma razão para a população de Porto Alegre ser respeitada na implementação
dessas obras, porque a população de Porto Alegre vai pagar a conta – é o que V.
Exa. diz aqui – a longo prazo, com juros muito facilitados. Mas eu acho que o
desafio que nós gostaríamos de enfrentar... Nós vamos valorizar a Audiência
Pública que, amanhã pela manhã, a CEFOR realiza e que estamos divulgando desde
a semana passada à sociedade, porque essa ouvidoria, que eu falava lá no
início, nos trouxe, muitas vezes, a redução orçamentária que aconteceu na
Secretaria de Esportes e Lazer na cidade de Porto Alegre. Essa redução é
predatória, ela é seriíssima e tem retirado do cotidiano das nossas crianças e
adolescentes a possibilidade de fazer uma oficia de esporte, de ter um espaço
de lazer, como as piscinas comunitárias. Não acho sustentável a Secretaria de
Gestão – e gostaria de que me explicassem qual a obra-fim que ela realiza – ter
um percentual orçamentário maior do que a Secretaria de Esportes e Lazer. Não
entendo, gostaria de uma explicação nestes debates que nós fazemos. A não ser
que seja para burlar o Orçamento Participativo, através do que eles chamam de
gestão, de governança local, e aí fazer clientelismo, favorecer as comunidades,
as relações, as lideranças que são mais próximas politicamente. Chamo a
atenção: não é possível que a Secretaria de Gestão, uma secretaria-meio, tenha
mais recursos do que a Secretaria de Esportes e Lazer, que é uma secretaria que
tem que dar conta de todos os centros comunitários que recebeu da FASC, que
deveria cuidar de praças e parques para que tivessem atividade permanente de
basquete, de futebol, de capoeira, de dança para adultos, para terceira idade,
o que não acontece. Houve uma redução, nos últimos oito anos, da participação,
da presença de profissionais de Educação Física em 23 parques e praças.
Relatório apresentado a esta Casa, que é uma ouvidora e que já falou para o
Prefeito. A resposta que o Prefeito deu na nossa reunião, no Salão Nobre, foi,
na minha opinião, absolutamente insuficiente. Ela não explica essa redução. Ele
diz que se trabalha com temas transversalizados, e não é porque não tem
dinheiro lá no Esporte que não vai acontecer atividade. Nós defendemos a
transversalidade, nós precisamos ocupar os espaços de escolas, por exemplo,
para fazer cultura e para fazer esporte. Mas eu não vi um recurso que tenha
vindo dessas duas áreas, Cultura e Esporte, que tenha entrado nas escolas municipais
para uso dos espaços e para ampliação das oportunidades de esporte, lazer e
cultura, a não ser o Porto Alegre Em Cena, que ainda faz algumas atividades em
escolas municipais. Ou seja, na verdade, nós usamos a transversalidade para
mascarar uma redução em áreas estratégicas e utilizar nas secretarias-meio,
secretarias novas, secretarias que não conseguem estar lá na ponta resolvendo
problemas; são secretarias com pouquinho recurso, com muitos CCs, são
secretarias de manejo político, o que deu certo nessa eleição, mas que tem um
tiro curto, porque a cidade de Porto Alegre está reivindicando políticas
públicas de educação, de cultura e de esporte, especialmente onde houve a maior
redução. E os temas da cultura e do esporte não aparecem com valores majorados
aqui no novo Orçamento, que será discutido amanhã de manhã. Acho, Ver. Dib, V.
Exa. na relatoria... Não sei se V. Exa. será o relator do Orçamento? Sim? Na
relatoria ou na coordenação em nome do Governo poderia construir esse canal de
comunicação para essas duas áreas recuperarem alguns dos recursos que já
tiveram historicamente: a cultura e o esporte. A cultura, vou repetir, reduziu
de 2,5% para menos de 1% a sua participação nas Receitas Líquidas; o esporte
reduziu em 50% o que já eram os seus miseráveis recursos, porque já era menos
de 1%.
Nós vamos insistir
nesses dois temas, vamos bater muito nessa tecla. Até podem ocorrer emendas
menores, de uma situação ou outra, mas o perfil de um Orçamento desse tamanho
para uma Cidade que vai receber a Copa do Mundo, que diz que quer estar
preparada para receber a Copa do Mundo, e não para o evento Copa, mas para
depois da Copa, um País que vai receber as Olimpíadas, se não houver uma
construção de baixo para cima das cidades, do Estado e da União, com um investimento
permanente em esporte, vai ser uma fiasqueira. Não que de agora para as
Olimpíadas a gente produza atletas de alto nível, mas não é possível que o
Brasil continue em curva descendente no desempenho dos seus atletas porque não
investe no esporte de base, no esporte-inclusão, no esporte-experimentação. O
que Porto Alegre pode dizer que tem? Tem uma equipe de basquete de Porto
Alegre? Tem uma equipe de vôlei de Porto Alegre? Tem campeonatos esportivos?
Não, não tem, não existe! Fora a escola e o futebol de várzea, nós não temos
outra atividade esportiva que envolva os nossos jovens, que envolva os nossos
adolescentes. Fora o skate, que hoje
é um movimento nucleado de grupos que conquistaram alguns equipamentos em
praças, não dá para afirmar que existe um esporte e uma mobilização para o
esporte. E aí não adianta a gente querer investir em Saúde, Ver. Dib, em Caps
para tirar os meninos e as meninas das drogas. Não tem recurso suficiente para
a Saúde se não houver recurso para a educação, para a cultura e para o esporte,
que são três áreas fundamentais de prevenção. A nossa juventude não nasce
destinada à droga, destinada a projetos vinculados à morte lamentavelmente; a
nossa juventude anseia por vincular-se a grupos, e, se nós não oferecemos
grupos de atividades saudáveis, como o esporte, como o lazer, como a cultura,
como grupos de teatro, grupos de músicas, escolas de música...Concluo dizendo
que eu vim do Uruguai, e lá eu vi não só a questão do investimento na
informática, mas, em todas as regiões do Uruguai, tem uma escola pública de
música. Então, se a gente esvazia a educação, a cultura e o esporte, aí tem que
buscar mais dinheiro na Saúde, com o Governo Federal, porque não tem saída.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado,
Ver.ª Sofia Cavedon. Eu queria saudar a presença da nossa Vereadora eleita, a
querida Jussara Cony. Seja muito bem-vinda, retornando a esta Casa.
O Ver. Dr. Thiago
Duarte está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Colegas
Vereadoras, Vereadores, prezada assistência; este tema que iniciamos hoje aqui,
o debate do Orçamento público da cidade de Porto Alegre para 2013, que,
nominalmente, é o maior Orçamento da história de Porto Alegre e que tem
aumentado, gradativamente, o seu valor nominal. Eu tenho debatido nesta Casa,
principalmente com a base do Governo, e quero trazer novamente o debate - e é o
papel dos Vereadores e Vereadoras, principalmente os da oposição, o de fazer a
fiscalização - para que seja cumprido o Orçamento da cidade de Porto Alegre.
Eu sou um analista e crítico do desempenho do
Orçamento da cidade de Porto Alegre. No dia 15 de outubro, veio o Sr. Prefeito
Municipal entregar o Orçamento aqui. Eu fiz um pronunciamento, junto com os
colegas Vereadores, e registrei a preocupação com o desempenho, principalmente,
da rubrica do investimento na Cidade. Nós aprovamos, para 2012, R$ 817 milhões
para serem investidos na cidade de Porto Alegre, e, no dia 15 de outubro, às
11h15min, nós tínhamos executado 32% do Orçamento. Inclusive, o Sr. Prefeito
Municipal trouxe o debate, Ver. Cecchim: “Não, não podemos fazer o debate
eleitoral”. Eu disse: não, as eleições terminaram. O senhor venceu as eleições;
agora nós temos que realizar. E o nosso papel como Vereadores é fazer com que
os projetos - principalmente este que considero o principal Projeto da Cidade,
o Orçamento - sejam executados, porque senão nós aprovamos o Orçamento e não o
executamos; isso fica muito ruim para a Cidade.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver.
Comassetto, eu sempre ouço V. Exa. com muita atenção que, na maioria das vezes,
é muito judicioso, e começou muito bem o seu pronunciamento dizendo da
importância de fiscalizar a execução orçamentária. Eu acompanho a execução
orçamentária e posso dizer, com toda tranquilidade, que há diferença entre os
recursos empenhados e as obras executadas, então, como pagas. No caso do
empenho de obras, no dia 31 de agosto, 54% dos R$ 817 milhões estavam
empenhados - vale dizer que as obras estavam em andamento. Agora, não se pode
pagar a obra, não se pode colocar como despesa enquanto ela não for executada;
parceladamente ela vai sendo colocada. Por isso, V. Exa., olhando o que foi
pago, sabe que não foi o percentual ideal.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Quero cumprimentar a nossa futura colega, sempre
Vereadora, Jussara Cony. Seja bem-vinda, Jussara!
Ver. João Antonio Dib, quero dizer o seguinte:
valor empenhado estar comprometido com a sua execução é um equívoco, porque nem
todo empenho se realiza. Fruto disso – trago, aqui, números –, nos seis anos do
Governo Fogaça, ele conseguiu realizar 38%; no ano de 2011, o primeiro ano do
Governo Fortunati, aumentou, foi em torno de 44%, 45% executados; neste
momento, temos 32% executados. Certamente chegaremos aos 45% – e gostaríamos
que fosse mais do que isso; agora, eu duvido que chegue aos 85%, que é o já
executado mais o que está empenhado. Não vai chegar! E eu lhe trago um exemplo,
sempre acompanhando os Cadernos do Orçamento Participativo (Mostra caderno do
Orçamento Participativo.): este Orçamento Participativo aqui é o Plano de
Investimento de 2009.
No Plano de Investimento de 2009, que aprovamos,
temos: projeto de duplicação da Av. Edgar Pires de Castro, da Av. Juca Batista
até a Estrada João Antonio Silveira, que é o Trevo da Restinga - isto foi em
2009. Pergunto aos senhores e às senhoras quem conhece o projeto de duplicação
da Av. Edgar Pires de Castro, e onde estão as verbas para empenhar na obra para
a devida duplicação? Este é um debate que não iniciamos hoje, e estou falando
aqui da Av. Edgar Pires de Castro, mas poderia falar da Av. Vicente Monteggia,
eu poderia falar do Acesso Norte do Porto Seco, eu poderia falar da Estrada
João Antonio Silveira, eu poderia falar de várias outras vias estruturadoras
que fazem parte da necessidade de serem revistas como o nosso sistema de
mobilidade urbana. Então, fiz aqui uma sugestão, antes, na minha fala em
Liderança: que analisássemos o projeto do Orçamento para verificarmos tudo o
que tem para ser investido na acessibilidade da Cidade, porque a Cidade não
pode continuar sem calçadas, não pode continuar sem rampas de acesso para
cadeirantes, não pode continuar com orelhões no meio das calçadas, onde as
pessoas com deficiência visual batem com a cabeça, não pode continuar com os
buracos sem tampa de esgoto, onde as pessoas caem.
Então, temos que trabalhar aqui, no Orçamento, essa
questão de garantir que o Plano Diretor de Acessibilidade seja realizado na
cidade de Porto Alegre. Isso é um ganho para toda Cidade. Não é um discurso
fácil da oposição; é uma realidade da Cidade de Porto Alegre. Assim como o Ver.
Cecchim veio aqui antes e falou da Copa, da necessidade da Copa; eu entendo que
é uma grande oportunidade, e temos que aproveitar essa oportunidade da Copa,
mas, também, não podemos ficar só na Copa, temos que ir além. E, além da Copa,
significa pensarmos a mobilidade de toda Cidade.
Então, o segundo ponto que trago aqui é que
possamos aprovar e analisar nesse Orçamento o que está colocado, construir com
o Governo, para que, em 2013, possamos ter um plano de reestruturação da malha
viária da cidade de Porto Alegre, no que diz respeito à mobilidade urbana da
Cidade. Por quê? Se não pensarmos a mobilidade urbana como um plano
estruturador, a Cidade vai parar, ficará congelada. Nós não podemos perder essa
oportunidade.
Falo aqui também, meus colegas Vereadoras e
Vereadores, como Conselheiro Nacional das Cidades que sou, sei dos recursos do
Governo Federal que podem ser captados para as Cidades; mas só captaremos isso,
Ver. João Antonio Dib, se tivermos projetos, se tivermos programas, se tivermos
disputa com os outros Municípios. Este é o nosso papel, dos Vereadores: propor,
ajustar e cobrar a sua execução - e assim o faço. Um grande abraço e muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.).
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, e
aos que nos assistem, tenho discutido a questão orçamentária como a principal
Lei que qualquer Legislativo tem a fazer e a tratar no sistema institucional
brasileiro. Nos Municípios, só se equipara em igualdade e importância a Lei do
Plano Diretor, mas a Lei Orçamentária, acompanhada da LDO e da Lei do Orçamento
Plurianual na verdade definem o planejamento, o calendário, as obrigações
daquilo que deve acontecer na Cidade, e, ao mesmo tempo em que planeja,
denuncia a falta de governo e a falta de gestão. Aqui nós temos alguns casos
que vêm se repetindo, e não vou fazer diferente do que eu fiz até hoje. Há pelo
menos sete anos, as coisas vêm se repetindo da mesma maneira: uma execução
orçamentária de investimento baixíssima e uma execução de serviços com base nas
despesas correntes também muito aquém daquilo que é entregue, daquilo que é
prometido à Cidade, daquilo que o Prefeito promete a si mesmo e promete a esta
Câmara. Ver. João Dib, o senhor tem razão, eu penso também que mais importante
do que fazer emendas é fiscalizar o Orçamento, só que as emendas que nós
fizemos e aprovamos nunca foram respeitadas, e o Orçamento, que era para ser
fiscalizado, mesmo com todas as críticas, não sofreu alteração de ritmo, que
também não é diferente.
Vejamos, a média do investimento dos últimos sete
anos não ultrapassou os 38%, sendo grande parte desse Orçamento debitado ao
DMAE - aproximadamente 20%. No restante do conjunto da Administração: SMOV,
SMAM, DEP, DMLU, DEMHAB - órgãos de importância magnífica - a realização
orçamentária é pífia, não é significativa, não tem sido significativa; por isso
que a Cidade apresenta muitos problemas na manutenção e no investimento. Não
sou eu que estou dizendo, é o próprio Relatório do Governo aqui, Ver. João
Antonio Dib, respeitável Líder.
Vejamos, do investimento previsto no ano passado,
de R$ 814 milhões, e atualizado para R$ 949 milhões, nós tivemos uma despesa
empenhada de 62%, mas uma despesa liquidada de apenas 30% até agora. E o senhor
sabe que grande parte desse empenhado foi realizado em agosto. Como pode o
Plano de Investimento dar um salto de 24% e 25%, que era agosto, para 62%?
(Aparte
antirregimental.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: No empenhado. Empenhado quer dizer: o Orçamento está comprometido para
ser feito. No entanto, não significa que ele, obrigatoriamente, será feito,
poderá ter problemas; está autorizado para ser feito, mas ele precisa
acontecer, e quando ele acontecer se liquida a fatura. Vejam só, o liquidado,
até setembro, foi R$ 250 milhões; portanto, 30.8, ou seja, menos de um terço; o
pago foi um pouco menos, 29%, mas entre o liquidado e o pago não guarda muita
diferença, porque aquilo que é reconhecidamente atestado como liquidado tem que
ser pago, aí não vai a diferença. O problema vai do empenhado até o liquidado;
aí tem um salto exagerado, há problemas, e o problema tem uma identidade com a
proximidade do calendário eleitoral. Como pode, num mês, dobrar o empenhado? Se
em oito meses não foi feito 30%, foi feito 24%, aí saltou para 62% em apenas um
mês. Ou seja, subiu 37% o empenhado, pela proximidade da eleição? Ao que tudo
indica. E isso é muito grave, porque se tinha um ritmo de se produzir tanto até
agosto, como é que esse ritmo passa a mais do que duplicar em apenas trinta
dias? Toda obra, todo contrato, toda licitação, tem que ter quem conceba, quem
elabore editais, quem defina o projeto básico ou o projeto executivo, quem
encaminhe os processos, quem fiscalize a obra, quem liquide a obra, quem pague
a fatura. Se aquela equipe não conseguiu fazer em seis meses mais do que 24%,
como pode, agora, em um período tão curto, fazer mais 37%? Por isso, Ver. João
Antonio Dib, estive no Tribunal de Contas. O Auditor falava-me, com muita
preocupação, sobre todos os processos da Prefeitura, dizendo: “Deveremos criar
uma equipe especial para fiscalizar os acontecimentos da Prefeitura de Porto
Alegre”, por quê? Porque há muita coisa aqui que não pode estar andando pelas
vias adequadas. É assustador o que está descrito aqui no Orçamento do próprio
Governo. Fiz aqui um Relatório do geral, mas podemos ir de órgão em órgão, por
exemplo, o DEP liquidou uma parte do investimento de despesas correntes de 72%,
pagou 60%; nas despesas de capital, ou seja, um investimento de financiamento,
o empenhado foi 67%, mas o liquidado foi 22%, e o pago foi um pouco menos.
Vejam a Secretaria Municipal de Obras e Viação, por todos conhecida pelas
estripulias de campanha, todos sabem o que aconteceu, está público está
denunciado. Despesas empenhadas: 97% nas despesas correntes, e 80% nas despesas
de capital. Porém o liquidado, pasmem, 5,88% na Secretaria de Obras; pago 5,31%
- isso sempre tem uma semelhança muito grande, mas aqui estão anomalias muito
graves, porque se alguém não tinha capacidade de imprimir um ritmo de execução
do Orçamento, como precisava e como era previsto ser feito, por que, no último
mês antecedente às eleições, ele deu um salto desse tamanho? Essas são as
questões que precisam ser examinadas, e não só pela Câmara, pelos órgãos de
controle externo, as auditorias, em especial o Tribunal de Contas, que estará
de olho muito atento a essas questões, porque eu tenho uma convicção: se não se
conseguiu executar nos meses anteriores,
não foi porque não se quis, foi porque o material humano e a capacidade da
Prefeitura era aquela, precisamente aquela! E isso vinha acontecendo no ritmo,
no compasso dos últimos sete anos. De repente, tem uma evolução que extrapola a
média, que extrapola os acontecimentos de todos esses meses! Por que isso? Vão
pagar por coisas que foram feitas à velocidade de jato? Vão pagar por coisas
malfeitas? Vão fazer coisas porque têm que ser feitas, porque estão no
Programa? Não, não pode! O Poder Público é justamente regrado rigorosamente
pela legislação vigente para todos esses atos dos administradores. E eu,
sinceramente, para concluir, não acredito que seja possível isso acontecer sem
que se tenha profundo rigor no controle do andamento dessas questões. Repito:
das leis, a Lei Orçamentária é a mais importante, em especial do Município. Ela
prevê os investimentos, os serviços, os salários, o conjunto das ações da
municipalidade, que devem seguir, rigorosamente, as leis e o controle público,
para que o dinheiro público seja bem aplicado. Esse tem sido, foi e será sempre
o nosso papel. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Muito obrigado, Ver. Carlos Todeschini. Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h40min.)
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